I - Não foi brilhante a exibição do Vitória, esta noite, em Barcelos. Pelo contrário, onde faltou inspiração transbordou transpiração, onde escasseou talento ressaltou a aplicação, onde faltou a criatividade bastou o raça, o nervo e o instinto assassino de Gustavo Silva para resolver a contenda e catapultar os Conquistadores para o quinto posto da tabela.
II - Sem Tiago Silva lesionado, surgiu Samu no seu lugar. Com Vando Félix à esquerda, o Vitória teve uma entrada atarantada, graças a um árbitro "baixinho de nome", mas também na qualidade em conduzir partidas e que pareceu ter, apenas, os jogadores vitorianos em ponto de mira. É verdade, que tal não justificará os quarenta e cinco minutos iniciais tão bisonhos e cinzentos, só com um remate a pedir golo (e já quase no intervalo!), mas temos de perguntar que faz Ricardo Baixinho, tão baixinho de atributos, no primeiro escalão do futebol português?
III - Se a primeira parte teve pouca história, sendo, talvez, o cartão amarelo a Borevkovic, fruto da discrionariedade de critérios do juiz e que o impedirá de defrontar o Benfica na próxima jornada, o facto mais relevante, a segunda ameaçou ter igual enredo, num argumento sem suspense e emoção, parecendo uma homenagem ao cineasta Manoel de Oliveira ao invés de um sedutor e trepidante thriller.
IV - Porém, Freire sabia que o triunfo era determinante, para ultrapassar o Santa Clara e colocar pressão no clube açoriano. Mais do que mudar o sistema, o treinador optou por mudar pedra por pedra. Assim, Nuno Santos entrou para o lugar do, ainda, insípido Vando, Chucho entrou para o lugar de Nélson Oliveira e.. jackpot, Gustavo foi chamado à luta para a posição de Telmo Arcanjo.
V - Como se costuma dizer, o brasileiro tem "qualquer coisa". Talvez, um pacto com os deuses (ou até com o diabo) que o faz ter o toque de Midas. A chave da felicidade vitoriana. E que falta fez essa poderosa alquimia durante os três meses em que o brasileiro esteve lesionado. Mais uma vez, num jogo parco de oportunidades, seria o seu instinto felino a recupera a bola, a fintar um gilista e a bater com classe o guardião Andrew, para êxtase absoluto dos topos do belo e funcional recinto da equipa da casa. O Vitória fazia o mais difícil, numa sinfonia ao pragmatismo! Longe vão os tempos de poesia, de romantismo... mas de dores pontuais e de...medo assoberbados aos minutos de desconto.
VI - E, diga-se, que Baixinho voltou a ser "baixinho" quanto à decisão dos minutos de compensação a jogar na segunda metade. Oito minutos revestiram-se de um manifesto exagero, um abuso ao decorrer da contenda... como seria se a partida estivesse empatada?
VII - Segue-se, agora, o Benfica, numa partida sempre difícil e na qual o Vitória já entrará condicionado pela suspensão de Toni, uma das traves-mestras da defesa. Sabemos que será um jogo que terá 15 dias... uma semana de desestabilização antes do jogo e outra, esperemos, de queixumes ou desculpabilização pelo sucedido no jogo. Por isso, cabeça fria e vontade de vencer como tem acontecido nesta bela série de uma dezena de partidas sem conhecer a derrota. Hoje, o regresso à Europa terá ficado mais perto!
VIII - VIVA O VITÓRIA...SEMPRE!
