Há jogadores cuja a importância vai para além dos seus atributos...
É verdade que um guarda-redes tem de voar na baliza, um central varrer tudo que lhe apareça á frente, um médio criativo dar perfume ao jogo e o avançado materializar a anterior produção em golos.
Mas, o futebol vai além desses estereótipos, desses lugares-comuns, comprovando em muitos momentos que há espaço para ir mais além.
Nélson Oliveira será um desses casos. O avançado vitoriano, contratado para substituir um André Silva, vendido em estado de graça para o São Paulo, não chegou no topo da sua forma.
Depois de uma difícil experiência na Turquia, o arranque de Rei ao peito não terá sido fácil. Mas, para além da necessidade de ganhar a melhor forma, talvez nenhum de nós tenha compreendido com facilidade o segundo melhor jogador do Campeonato Mundial de sub-20 de 2011, só atrás do brasileiro Óscar.
Na verdade, Nélson não podia dar o que a sua forma de jogar não permitia...não podia ir além do que é a sua ipseidade. Mas, podia, pode e ainda poderá dar alguns atributos que as equipas devem ter no seu plantel: "ratice", capacidade de choque para, de costas, segurar a bola e combinar com os colegas e, até, alguma manha que coloca a cabeça em água dos defesas adversários.
Em final de contrato, com 33 anos, a sua renovação será dos dilemas vitorianos do momento. Tendo já manifestado vontade em ficar e, sendo certo, a necessidade de se contratar um ponta de lança diferente, com mais olfacto de golo na área, alguém será capaz, mesmo assim, de rebater a utilidade do jogador barcelense no plantel? Até para permitir a Luís Freire a possibilidade de jogar com dois avançados de características diferentes, em caso de necessidade!