Quando Frederico chegou ao Vitória no início da temporada de 1991/92 já era um velho caminhante do futebol português.
Formado na CUF, já houvera feito caminho no clube industrial, mas também no Barreirense, Benfica e, acima de tudo, Boavista, onde durante oito temporadas liderou o sector mais recuado do emblema portuense.
Nele, tudo era classe. Dono de uma leitura de jogo insuperável, parecia ter dotes de adivinho para perceber onde a bola ia cair, como o avançado ia levar a cabo a demarcação para o neutralizar. Mais do que isso, era um líder! Um homem que mal chegou ao Vitória naquele ano, conjuntamente com os seus colegas boavisteiros, Jaime Alves e Caetano, facilmente integrou-se no Vitória, ganhando, com naturalidade, o estatuto de líder da defesa. ainda que o facto de ter assinado pelos Conquistadores com 33 anos, tenha feito alguns adeptos duvidarem dos méritos da sua aquisição.
Aliás, a sua qualidade e influência eram tantas que "Fred", foi indispensável num esquema de dois ou três defesas centrais... o certo é que era o líder do último reduto vitoriano.
Aliás, bastará transcrever a análise à sua exibição, na partida perante o seu anterior clube, produzida no Notícias de Guimarães de 25 de Outubro de 1991: "Quando foram anunciadas as transferências para o Vitória, o nomes deste veterano mereceu muitos "enrugar de nariz." Mas Frederico tem mostrado à evidência que foi das mais valiosas aquisições do Vitória. Patrão da defesa que o Vitória já não conhecia há já algumas épocas. Seguro, firme, com tempo certo de entrada em jogo, revela ainda muita frescura física. Ninguém dá por ela que já ultrapassou a casa dos trinta."
Assim seria durante toda a temporada, com especial realce para outro facto. Numa equipa que muitas vezes sentiu dificuldades em triunfar em casa, várias vezes acabou as partidas a ponta de lança ao lado de homens como Ziad ou Moreira de Sá. Apontaria um golo num triunfo por três bolas a uma frente ao Farense, mas, até na frente de ataque, nesses momentos, o seu contributo foi valioso.
Abandonaria o Vitória no final da temporada rumo ao Estrela da Amadora, para terminar a sua carreira em 1995 no Leixões. Fred faleceria em 2019, mas ficou na memória como um dos centrais de boa qualidade que envergou o Rei...