COMO UMA DIGRESSÃO À MADEIRA, COM PASSAGEM POR VIGO (!), FICOU NA HISTÓRIA...

Estávamos no final da temporada de 1959/60 e a notícia surgia no jornal Notícias de Guimarães. Assim, o Vitória no início do exercício subsequente iria fazer uma digressão à Madeira para ajudar a celebrar as bodas d'ouro do Marítimo.

Assim, como o mesmo periódico datado de 28 de Agosto desse ano relata, o clube, já com o treinador Artur Quaresma, que substituira Umberto Buchelli, os Conquistadores iriam disputar duas partidas contra o emblema celebrante e outro contra o Nacional da Madeira, numa "digressão só de três jogos (...) bem mais difícil do que a realizada há um ano a África."

A aventura teria início com uma viagem até Vigo, com partida da sede do clube. Numa altura em que o clube não tinha autocarro, foram utilizados "automóveis de adeptos do clube que, deste modo, quiseram associar-se à digressão", sendo que na cidade galega os Conquistadores disputariam uma partida contra o Celta, vencendo por duas bolas a uma, com golos de Ernesto e de Azevedo.

De Vigo, o Vitória rumaria à Pérola do Atlântico, onde encontraria, inicialmente, o Nacional da Madeira, batendo-o claramente por três bolas a zero, graças aos golos de João da Costa, de Edmur e de Azevedo.

Por fim, o jogo mais importante contra o "cinquentão" Marítimo, a equipa vitoriana voltaria a não dar hipóteses, triunfando por cinco bolas a duas, graças aos tentos de Celu, por duas vezes, Ernesto, Romeu e Rola, que confirmaram o "jogo cuidadoso sobre a defesa, gizando contra-ataques imprevistos a desnortearem os madeirenses." Ainda assim, o técnico Artur Quaresma haveria de considerar "o jogo com o Marítimo foi de verdadeiro campeonato. Duro e de luta porfiada."

Porém, o terceiro jogo nunca haveria de existir, pois como o treinador confessou ao Notícias de Guimarães de 18 de Setembro de 1960, "depois de dois jogos em campo relvado, queriam que fôssemos actuar em terreno pelado. Era de prever despique de cariz diferente e, por isso, evitámo-lo, atendendo aos interesses fundamentais que tem o Nacional à vista."

O Vitória regressava invicto e de espírito em alto para fazer história no campeonato, que culminaria com a obtenção do primeiro quarto lugar da sua história. Mas isso será matéria para outros escritos...

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