COMO NA RESSACA DE UMA DESILUSÃO, FOMOS CAPAZES DE VOLTAR A SORRIR...

I - Era imperioso ganhar! Para continuar uma perseguição necessária pelos pontos ingloriamente perdidos numa fase inicial da temporada, mas também para exorcizar o amargo sabor que houvera ficado na boca na Quinta-feira passada, naquela partida frente ao Bétis.

II - A verdade é que este Vitória é diferente do que foi até ao final do ano. Menos exuberante, menos frenético, com jogadores diferentes (alguns deles ainda em evolução como Vando Félix), mas mais frio, mais cerebral e mais seguro. Perdeu-se o romantismo, ganhou-se uma equipa madura que, nos primeiros minutos da partida de hoje, frente ao Estrela da Amadora demonstrou como alguém maduro reage a uma adversidade.

III - Deste modo, os primeiros 45 minutos foram de intenso, mas tranquilo, domínio vitoriano. Desde o primeiro minuto, os Conquistadores procuraram asfixiar o conjunto amadorense, gerando oportunidades de golo que, apenas, haveriam de frutificar numa recarga de Tomás Handel. O Vitória colocava-se em vantagem e, mais do que isso, tal como Luís Freire houvera pedido o luto da desilusão de Quinta-feira já estava feito.

IV - Na segunda metade, porém assistiu-se a uma outra atitude, ainda que igualmente consciente do que estava em jogo. Como o treinador reconheceu no final da partida, a equipa fisicamente está a ressentir-se dos esforços efectuados (hoje realizou o 44º jogo da temporada!), pelo que urgia gerir esforços, dosear as energias, sem contudo colocar em risco a sua baliza e visando a adversária. Tal seria outra prova de maturidade, de uma equipa adulta, pelos dias de hoje consciente das suas forças, mas também das suas debilidades!

V -A comprovar isso, o modo cirúrgico, quase cínico, como "matou o jogo", na primeira oportunidade que teve para isso na segunda metade. Arcanjo não perdoou, retirou qualquer dúvida que pudesse existir nos espíritos mais dubitativos e demonstrou que o roteiro para o jogo houvera sido cumprido de modo exemplar e sem algum desvio.

VI - O Vitória vencia, gerindo o jogo com tranquilidade nos últimos minutos, não dando a bola ao Estrela da Amadora. Longe vão os tempos em que a equipa sofria de "medo cénico" dos últimos minutos, recuando, de modo inopinado, e colocando-se a jeito de sofrer dissabores. Pese embora alguns assobios, se tais resoluções tivessem sido tomadas em partidas anteriores como o Boavista no D. Afonso Henriques, o Estrela da Amadora na Reboleira, ou o Farense em Faro e, provavelmente, a Europa já fosse uma realidade mais concreta.

VII - A confirmar a evolução de mentalidade vitoriana, o facto de, pela primeira vez no presente campeonato, a equipa ter conseguido três triunfos consecutivos, algo de surpreendente para os elogios que a equipa mereceu até ao final do ano de 2024. Mais do que isso, nos últimos 7 jogos, apenas, sofreu dois golos...e isso será, obrigatoriamente, sinónimo de pontos e de triunfos!

VIII - O campeonato, agora, parará. Ainda que a viver uma fase positiva, tal paragem será benéfica para uma equipa fatigada. Poderá respirar, ganhar forças, consolidar outros processos e, provavelmente, recuperar alguns dos lesionados de batalhas anteriores. E que bom seria vermos Bruno Gaspar e Gustavo prontos para os próximos jogos, a começar já em Moreira de Cónegos.

IX - Moreirense, esse, que não será um adversário fácil. Uma equipa coriácea, agora ainda mais pragamática sob o comando do italiano Bacci e sempre disposta a complicar a vida ao Vitória. Porém, antes do jogo que se antevê decisivo frente ao Santa Clara, será importantíssimo obter o quarto triunfo consecutivo perante os muitos vitorianos que estarão presentes no estádio.

X - VIVA O VITÓRIA... SEMPRE!

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