Estávamos em Fevereiro de 1923...
O jornal A Razão do dia 26 desse mês e ano dava a conhecer que "No passado domingo, 18 do corrente, realizou-se mais uma partida de Foot-ball.", num dia em que "o tempo estava tempestuoso pelo que o jogo teve de ser interrompido várias vezes."
Assim, dizia-se que "foram competidores o Grupo Académico e o Victória, tendo ficado vencedor o primeiro, por um goal a zero."
Num dos primeiros desafios disputados pelo conjunto vitoriano, também era contado que "...perdeu com honra, jogou regularmente, ressentindo-se da má colocação e não sabendo utilizar-se da sua superioridade de peso (!)". Dos que mais se destacaram, realce para o guarda-redes Mário Ferreira "...que defendeu com muita vontade e com muita felicidade as suas redes, muitas vezes seriamente ameaçadas. Foi o melhor do grupo."
Atendendo à derrota, o cronista avançava com uma sugestão para a melhoria da equipa que passava pela existência de "...um bom captain, a que todos os jogadores obedeçam em absoluto." Numa altura em que a figura do treinador ainda não existia, sendo determinante a figura do líder da equipa. Este deveria "se poder impor aos restantes jogadores, marcando-lhe os respectivos logares (sic), indicando-lhe os treinos, etc., enfim dirigindo um absoluto o grupo."
Sem ele, "... pode haver muitos e bons jogadores, pode haver muita boa vontade de ganhar (...) mas nunca conseguirão formar um bom conjunto, nunca conseguirão fazer association, pelo que estão evidentemente condenados a derrotas sucessivas." Tal era visto como o segredo para o êxito...