COMO PIMENTA QUERIA FAZER UM NEGÓCIO EXTRAORDINÁRIO, DEIXANDO CINTRA COM OS POUCOS CABELOS QUE TINHA EM PÉ, E QUE SÓ UM TIRO NUM ESTÁGIO BRASILEIRO NEGOU...

Nando chegou a Guimarães em 1988/89 com uma difícil missão que passava por substituir Costeado, filho da terra e internacional A português.

Porém, o jogador natural de Sintra daria boa conta do recado, a ponto de se assumir como imprescindível na lateral direita vitoriana, o que o fez mesmo ser convocado para os trabalhos da selecção nacional, ainda que nunca tivesse actuado ao serviço das Quinas pelo facto de João Pinto, jogador do FC Porto, ter quase lugar cativo.

Porém, a excelência das exibições do jogador dos Conquistadores, principalmente quando Paulo Autuori na temporada seguinte gizou um ousado esquema de 3-5-2 com Nando a voar no flanco direito e Roldão no esquerdo, levaram-no ao apogeu. Era das estrelas da equipa e aquele que Pimenta Machado olhava como a "galinha dos ovos de ouro", capaz de uma entrada monetária extraordinária que sustentasse a construção do plantel.

Assim, a cortejá-lo e a correr ombro a ombro pelos seus préstimos, os eternos rivais de Lisboa. Como tantas outras vezes, mesmo com jogadores do Vitória, Benfica e Sporting digladiavam-se por um dos jogadores da moda naquela altura.

E curiosamente, segundo o Record de 12 de Abril de 1990, a investida mais decidida ocorreu pela voz de Sousa Cintra, presidente dos leões enquanto assistia com Pimenta a uma partida dos quartos de final da, então, Taça dos Campeões Europeus... entre o Benfica e o Dnipro.

Assim, a meio do repasto, Sousa Cintra avançou, "...perguntando ao dirigente minhoto quanto valia o passe. Oitenta mil contos foi a resposta de Pimenta Machado, ripostando o leão que isso é muito dinheiro..." Queria Cintra não gastar mais de 30 mil, complementando o valor com alguns jogadores.

Pimenta, esse, não seria de modas: " - Jogadores do Sporting só no interessa um, porque o que lá temos está emprestado: Ivkovic." Referia-se ao facto de Neno, grande ídolo de sempre e para sempre dos vitorianos ainda ter vínculo com o Benfica, o que obrigaria a que regressasse, como viria efectivamente a suceder. Enquanto isso, o guardião iugoslavo cumpria a primeira de quatro épocas no Sporting, havendo por ficar famoso por no final dessa época, no Campeonato Mundial de 90, defender uma grande penalidade a Maradona após uma aposta efectuada com o astro argentino.

Contudo, o negócio nunca se haveria de fazer com ou ser o guardião natural da Croácia. Um inopinado tiro no estágio vitoriano realizado no Brasil quando Nando se preparava quando chegasse a Portugal para rumar a Alvalade arruinar-lhe-ia os sonhos...mas isso já será outra história!

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