COMO NAQUELA TAÇA FPF, SOMENTE DISPUTADA POR UMA VEZ, O VITÓRIA, NO DERBY DECISIVO, TEVE SÉRIAS RAZÕES DE QUEIXA DE UM TAL DE GUILHERME ALVES QUE LEVOU À EXALTAÇÃO COLECTIVA...

A Taça FPF foi mais uma daquelas provas criadas para dar mais emoção ao futebol português, mas que como outras, morreu ao nascer, tendo sido só disputada uma edição, no final da temporada de 1976/77 e que foi vencida pelo SC Braga no que à Primeira Divisão diz respeito. A prova da Segunda Divisão foi vencida pelo Barreirense, enquanto a da terceira coube ao Bragança levantar o ceptro.

Contudo, numa prova que mereceu o desinteresse dos emblemas mais mediáticos do futebol português, o Vitória integrou um dos quatro grupos existentes, que também era integrado pelo SC Braga, Varzim e Leixões. Com jogos a duas voltas, aquela partida entre vitorianos e bracarenses era decisivo para a atribuição do primeiro posto da tabela classificativa e concomitante apuramento para as meias finais da prova.

Apesar do Vitória precisar, apenas, do empate para apurar-se para as meias finais da competição, a verdade é que, como escreveu o jornal do clube de Junho de 1977, "o Vitória lançou-se abertamente no ataque procurando o golo que lhe desse a tranquilidade. Nesse afã atacante algumas situações de apuro para as balizas contrárias foram criadas, mas o almejado golo não surgiu."

Porém, como quem não marca, sofre, a equipa rival haveria de adiantar-se no marcador, graças a um golo que poderia valer-lhe o apuramento para a final. A partir daí, "... os bracarenses procuraram acautelar ainda mais a sua defesa", sendo que a ajudá-los nos seus intentos esteve uma mais do que polémica arbitragem do juiz Guilherme Alves, que teve influência directa no não apuramento dos Conquistadores.

Assim:

"... na primeira parte do encontro houve sérias dúvidas quando uma bola rematada por Tito deu a sensação nítida de ter transposto a linha de golo, mas aí não houve total certeza para quem se encontrava fora do rectângulo de jogo."

"... Tito em boa posição, foi impedido irregularmente de jogar a bola na área de Fidalgo tendo o árbitro feito visto grossa à respectiva falta."

"... foi Almiro que numa jogada fulgurante, depois de algumas simulações entrou na área em boa velocidade e quando se preparava para o remate final com possibilidades de êxito foi claramente derrubado por Fernando, estatelando-se no terreno"

Em ambos os casos sem ter sido apontada a esperada penalidade máxima, o que "... provocou a indignação do público tão flagrante foi a falta verificada."

Concluía-se assim que "Guilherme Alves foi um árbitro demasiado mau para um e encontro de tal responsabilidade. Distorceu um resultado, favorecendo claramente uma equipa..." Pela sua actuação, explicava-se ".... a efervescência do público afecto ao Vitória a quem Guilherme Alves desagradou pela sua actuação parcialíssima" e que levou a "... uma exaltação colectiva, que conduziu a naturais excessos, de que o Clube será agora, com certeza, a maior vítima."

O Vitória não se apurava para as meias finais da prova e ainda teria de se entender com a justiça desportiva...

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