COMO MACHADO PARTIU A LOUÇA, MOSTRANDO-SE DESILUDIDO POR NUNCA TER OPORTUNIDADE DE MERECER A INTERNACIONALIZAÇÃO...

Já aqui falamos de Machado, um dos guardiões mais relevantes da história vitoriana. Na verdade, falamos do guardião que defendeu as malhas do clube em vários títulos distritais, na subida à Primeira Divisão, na sua afirmação entre os mais fortes do futebol português e que participou na primeira final da Taça de Portugal que os Conquistadores disputaram.

Por isso, tornou-se mais ou menos consensual que o longilíneo guardião vitoriano, nado e criado em Guimarães, era dos melhores guardiões a actuar no futebol português, ele que fora forjado pelo olho clínico do treinador Alberto Augusto, apesar de ter assumido em conversa com o lendário técnico que esse posto no campo não lhe agradava.

Porém, seria no último reduto que tornar-se-ia um nome marcante na história vitoriana e respeitado no futebol português. A ponto de ter sido tentado por uma vez por um clube lisboeta quando "... tinha vindo para Lisboa, a cumprir o serviço militar". Nesse momento, o seu técnico Alberto Augusto fez com que treinasse no Benfica para manter a forma. "E das minhas idas ao Campo Grande nasceu a sondagem. Recusei, porém."

Recusa, essa, que, provavelmente, terá impedido de cimentar o seu nome na história do futebol português como guardião das malhas das Quinas. Apesar de, modestamente, achar que não tinha classe para tal, "... mas estou plenamente convencido de que ela não basta no nosso país para se chegar à internacionalização." Assim, segundo ele, era "...preciso, pelo menos, ser-se dum clube lisboeta, ou, ainda que nem sempre, do Porto." Concluía por isso que "A Província não conta."

Seria, ainda, mais incisivo nas palavras, numa característica que o seu filho Manuel herdaria a ponto de dizer "...para o recente Portugal-França, que provas nos foram dadas de que a Selecção Nacional seria formada pelos melhores jogadores nacionais?" Mais do que isso, daria exemplos como "Veio Álvaro Pereira, ou Pires, ou Bentes, ou Curado? Não, meu caro senhor." Por isso, achava que "A internacionalização é uma aspiração legítima a todos os desportistas, mas que está vedada aos futebolistas da província." No fundo, tal como hoje, ainda, vai sucedendo...

Postagem Anterior Próxima Postagem