I - Foi uma daqueles dias de desacerto no momento de alvejar a baliza contrária. Um daqueles dias de constante assédio à baliza contrária sem que, contudo, o êxito dessas tentativas tivesse resultado.
II - Pese embora o fuso horário, o frio, o aspecto desértico do estádio, desde o primeiro minuto que o Vitória empurrou o Astana para o seu último reduto. Criando diversas jogadas enleantes, pressentiu-se que existiam todas as condições para os Conquistadores chegarem ao décimo triunfo consecutivo.
III - Contudo, teimosamente, o esférico teimava em não beijar as redes contrárias. O Vitória jogava bem, conseguia iludir os defesas cazaques mas ou os ferros, o guardião contrário ou um recalcitrante pé adversário, levava a que o desenlace da construção não fosse o golo.
IV - Pior todos ficaríamos, quando na sequência de um lançamento de linha lateral, o Astana adiantou-se no marcador. Sem nada ter feito para isso! Sem saber ler nem escrever! Sem sequer ter construído uma jogada digna desse nome! Injusto mas também, por muito que nos custe, é assim que o futebol funciona.
V - Pensou-se que mantendo a mesma toada o Vitória iria rapidamente empatar para arrancar para a reviravolta. Puro engano! O jogo manteve-se do mesmo modo, com os Conquistadores a criarem mas a não concluirem, a serem criativos mas perdulários!
VI - Seria assim, também, na segunda parte com Manu, Nuno Santos, os dois João Mendes ou Kaio César a tentarem o golo mas com o esférico a negar-se a entrar fosse por imperícia ou mero azar.
VII - Quando a derrota já parecia ser uma inclemente sentença para tanto caudal ofensivo, duas das armas lançadas por Rui Borges fizeram os vitorianos soltar um “do mal o menos”. Cruzamento teleguiado do extremo Arcanjo e cabeceamento imparável de Chucho a marcar um golo tão importante quanto justo!
VIII - A faltar o período de descontos, ainda se acreditou no milagre que até podia ter surgido. Infelizmente, a tarde estava destinada a não ser sinónimo de êxito… o Vitória empatava, com a infelicidade a acompanhá-lo nesta longa viagem, mas a não fechar-lhe a porta ao objectivo de apurar-se para a próxima fase.
IX - O record de triunfos consecutivos numa competição europeia ficou fixado em nove jogos. Um alívio para certa imprensa portuguesa o mesmo não continuar a aumentar, para não ter de falar nisso… se fossem outras cores, quantas manchetes já teria merecido? Assim, hoje, para alguns jornais, só jogavam Porto e Braga, sendo o Vitória tratado de modo desrespeitoso!
X- Segue-se o longo regresso a Guimarães para preparar o jogo com o Gil Vicente. Estamos numa fase da temporada que, mais do que jogar bem, importará vencer. Até pelo curto período de repouso, já que a Liga de Clubes voltou a demonstrar não ter qualquer respeito por um conjunto que tem honrado o nome do país na Europa. Mas, haja coragem e orgulho em participar numa inesquecível epopeia europeia!
XI- VIVA O VITÓRIA SEMPRE…