Aquela temporada de 1969/70 trazia a atracção do Vitória, pela primeira vez, participar nas provas europeias.
Para essa estreia europeia foram escolhidos dezasseis jogadores: Roldão, Costeado, Manuel Pinto, Peres, Joaquim Jorge, Silva, Zézinho, Artur, Manuel, Augusto, Carlos Manuel, Castro, Mendes, Daniel, Bilhó e Ferreira, que teriam o dia da antevéspera do jogo livre, para se concentrarem no dia anterior à partida numa residencial da cidade.
Atento o facto do Vitória não poder actuar à noite, visto não ter iluminação artificial no seu estádio, segundo A Bola de 08 de Setembro de 1969, "a Direcção do Vitória já pediu ao comércio e indústria o encerramento dos seus estabelecimentos e fábricas, de molde a que todos os vitorianos possam comparecer a esta chamada internacional."
Falemos, agora, de despesas. Previa-se que a organização da partida ficasse por 200 contos (1000 euros), sendo que quanto a prémios, tal ficaria decidido pouco antes da partida.
Quanto ao adversário, o Banik de Ostrava, da, então, República Checa, partilhava de um importante facto com o Vitória. Igualmente fundado em 1922, contava no seu plantel com três internacionais AA do país e dois olímpicos. Tendo chegado ao aeroporto de Pedras Rubras na véspera do jogo (a 09 de Setembro) pelas 20h40m, a comitiva seguiu de autocarro até Santo Tirso, onde ficou hospedada. Mereceria no dia seguinte um passeio turístico pela região, sendo que a direcção do Vitória, em acto de profundo cavalheirismo, colocou à disposição do adversário o estádio para este poder treinar e adaptar-se às suas condições.
De pouco lhe valeria... a 10 de Setembro de
1969, o golo de Carlos Manuel faria história. O Vitória venceria por uma bola a
zero graças ao golo de Carlos Manuel e dava um passo de gigante rumo à
eliminatória seguinte!