COMO NO ÚNICO JOGO QUE FEZ, PELA INCRUELDADE DO DESTINO, GIBA FOI INCAPAZ DE CONHECER O SUCESSO...

 

Gilberto Carvalho, conhecido por Giba, terá sido um dos treinadores com o percurso mais curto na história do Vitória.

Assim, o treinador brasileiro, contratado para suceder a Jorge Vieira, o timoneiro do terceiro posto da temporada anterior, por razões de saúde, teria, apenas, tempo para orientar a equipa num único jogo do campeonato nacional. Uma passagem meteórica, cortada pela raiz por uma leucemia galopante que o faria regressar de urgência ao Brasil onde pouco depois haveria de falecer.

Assim, a 07 de Setembro de 1969, estreou-se Giba no banco vitoriano frente ao Varzim. Para a história ficou a única equipa por si utilizada, composta por Roldão; Costeado, Joaquim Jorge, Manuel Pinto, Silva; Artur, Peres, Augusto; Zezinho, Carlos Manuel e Manuel e que se baseava na estrutura da equipa que no ano anterior houvera lutado pelo campeonato nacional até ao fim da prova.

Porém, naquele dia como escreveu o jornal A Bola do dia seguinte, sucedeu um confronto de "ataque sem velocidade contra velocidade sem ataque." Do título perceber-se-á as dificuldades em as equipas alvejarem as redes contrárias, apesar de ter-se tratado de "um bom acontecimento, agradável de seguir do primeiro ao último minuto. " E assim foi com o empate a zero a manter-se até ao final do jogo, uma vez que "em vez de um ataque em massa, o Vitória preferia uma opressão à base do tecnicismo levado ao exagero da precisão o exagero da falta de velocidade, que nada lhe renderia, a não ser dois ou três sustos (...) sem qualquer expressão ou significado na sua disposição de espírito..."

No final do jogo, sucederia um momento do qual ainda se desconhecia a sua relevância. Giba, ainda sem conhecer a crueldade que o destino lhe reservara, haveria de dizer que "estou satisfeito com o resultado, mesmo tendo em linha de conta que foi um empate em casa. (...) Além disso, o adversário veio com a predisposição de empatar." Mais do que isso faria a projecção de um futuro que jamais se concretizaria, ao dizer que "quanto ao futuro temos de melhorar. Depois é que se vai ver..." No mínimo, cruel e injusto!

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