Jaime fora uma ousada aposta de Pimenta Machado no início de 1996. Uma aposta absolutamente certeira, a ponto do Vitória levar a cabo uma das melhores segundas voltas da sua história.
No ano seguinte, faria o impossível a nível europeu, ao eliminar, de forma extraordinária, o Parma e garantindo novo apuramento europeu, ainda que de forma quase miraculosa.
Na temporada seguinte, a equipa tinha a face do treinador. Não jogava bonito, mas procurava ser eficaz. Assim, começou o campeonato a amealhar pontos, a escalar na tabela classificaria, a vencer em casa o Sporting ou em Chaves, ainda que, pelo meio, fosse eliminada da Taça UEFA pela "super" Lazio ou sofresse dolorosa derrota em casa do eterno rival por três bolas a duas.
Apesar da equipa andar na parte alta da tabela, o empate caseiro perante o Boavista e a eliminação caseira da Taça de Portugal frente ao Sporting, levaram o presidente Pimenta Machado a tomar uma decisão que deixou o país estupefacto: despedir o treinador, que, quase de imediato, foi contratado pelo conjunto boavisteiro.
Jaime Pacheco tornou-se, imediatamente, e apesar de ter sido substituído por Quinito, num D. Sebastião, numa imagem que só se desvaneceu na sua segunda passagem pelo clube, em 2005/06, onde foi completamente infeliz. Por isso, muitas teorias se alvitraram em relação ao deu despedimento, chegando-se ao ponto de difundir verdadeiras historias de "faca e de alguidar" e outras de "alcofa".
Esses boatos só seriam desfeitos pelo próprio presidente do Vitória, em entrevista concedida dois anos depois: "o Jaime Pacheco foi infeliz, depois de um jogo aqui, frente ao Boavista, em que ele foi assobiado, mais uma vez, pela massa associativa, quando empatamos por um golo. No fim do jogo, aquando do Domingo Desportivo, estava eu aqui, o Pedro Xavier, o Jaime Pacheco que veio acompanhado por um jornalista sem se perceber porquê. Perguntei-lhe porque é que a equipa estava a jogar mal e ele respondeu-me que, no seu entender, a equipa não estava a jogar mal. E se eu o achasse, que lhe desse explicações. Então disse-lhe: “-Oh Jaime! Eu pago-lhe para me dar explicações, mas se você acha que sou eu que tenho de lhe dar explicações, então tenho que arranjar outro treinador.” Foi exactamente assim. Depois ele levantou-se e eu também. Fomos embora, fizemos contas e acabou..."
E assim, Pimenta criou um mito que durou cerca de sete anos.