DANE NA BALIZA CONTRA O PORTO

Estávamos na recta final da temporada de 1993/94...
O Vitória antes daquela partida estava a perder gás.
Por isso, aquele jogo perante os azuis e brancos era de responsabilidade acrescida. Assim, Pedroto optou por escalar um sistema de cinco defesas, num onze composto por Madureira; Basílio, Samuel, Tanta, Matias, Dimas; N'Dinga, Paulo Bento, Pedro Barbosa; Dane e Alexandro. Conseguiria os seus intentos de barrar as investidas atacantes adversárias, mas, simultaneamente, a ter as melhores oportunidades para apontar um golo que pudesse garantir um saboroso triunfo.
O mesmo não sucederia, sendo que aquele jogo haveria de tornar-se inesquecível a partir do minuto 75, quando após um contra-ataque portista, José Pratas resolveu expulsar o guardião vitoriano Madureira, que saíra da baliza para disputar uma bola com Semedo. Segundo o Notícias de Guimarães "Este ao procurar evitar o choque com Madureira, perde o equilíbrio e cai no relvado. O árbitro ao assinalar a falta obriga-se a mostrar o vermelho a Madureira."
Num tempo em que as equipas, apenas, podiam realizar duas substituições, tendo Pedroto já lançado Zahovic e Ziad, a dúvida nos vitorianos instalou-se. O que fazer? Quem se sacrificaria indo para a baliza?
De repente, surgiria o herói. O bósnio Dane, que na temporada antecedente houvera saído lesionado com extrema gravidade, após uma bárbara entrada de Aloísio, frente à equipa portuense, avançou. Pediu a camisola do seu colega de equipa, as luvas, vestiu essa indumentária e rumou à baliza.
"Com Dane na baliza lá vem a rábula de Brassard e José Pereira a telecomandar o bósnio por trás da baliza e este a sair-se muito bem." Assim, agarraria as bolas que o adversário haveria, em desespero de causa, rematar à baliza, esconjurar os cruzamentos quase em forma de chuveirinho... garantindo no final um saboroso ponto e entrando no panteão dos heróis vitorianos, autores de feitos improváveis e inesquecíveis.
No final, contudo, a concretização de um apuramento europeu morreria na praia... porém, aqueles 15 minutos com Dane na baliza terão entrado na eternidade vitoriana.
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