Estávamos a meio de 1932...
Com o campeonato distrital por começar, o Vitória deslocou-se ao Campo dos Peões para disputar um "amigável" frente ao SC Braga, numa partida que, apesar de ser a "feijões", gerou grande entusiasmo em Guimarães, com centenas de vitorianos a deslocarem-se à cidade vizinha.
Seria um jogo vivido com a paixão na plenitude e que...duraria, somente, 17 minutos, com os jogadores vitorianos a abandonarem o recinto e a serem agredidos à bengalada e ameaçados das servícias mais cruéis.
Como escreve o Notícias de Guimarães de 26 de Junho de 1932, o primeiro (e único) momento de festa para os vitorianos, quando "aos 8 minutos, os vimaranenses desenham uma avançada e por um passe de Chico, Constantino Lameiras fura as redes do Sporting com uma bola imparável."
O Vitória colocava-se em vantagem frente aos arsenalistas, até que haveria de chegar o grande momento do jogo. "Há uma leve reacção, a meia-ponta bracarense avança, intervém o Paredes do Vitória e a pedrada jogada da assistência o fere na cabeça."
Imediatamente, gera-se um burburinho na bancada, com uma "grande confusão, manifestações da parte da assistência vimaranense." Por isso, resolveu o Vitória abandonar o campo “"e chovem bengaladas e ameaças sobre os jogadores vimaranenses." Por isso, tiveram de intervir as forças da ordem com "feridos: o Half esquerdo Mário e o defesa Paredes."
No rescaldo da refrega, indignava-se o escriba, apontando "o pouco escrúpulo de certo escrúpulo que se deixam arrastar por partidarismos, usando e abusando da mentira deveras insolente. Refirmo-nos ao cronista do Diário do Minho. (...) Pobre jornalista! Ridículo mentiroso! Completo farsante.
Onde viu os insultos da assistência vimaranense aos jogadores do Sporting uma vez que estes entraram em campo?
Como provar que a pedra arremessada contra Paredes era dirigida a um jogador bracarense?"
E assim com a imprensa bracarense e vimaranense em conflito, findava um dos desafios mais curtos da história dos clássicos do Minho...