COMO UM CRONISTA DA CIDADE ASSUMIU TER MEDO QUE OS JOGADORES DO VITÓRIA LHE ACERTASSEM O PASSO POR DIZER QUE ELES TINHAM UMA VIDA DESREGRADA...

Estávamos em Fevereiro de 1932...

O Vitória dava os primeiros passos, numa equipa onde pontificava o capitão Constantino Lameiras e o guarda-redes Ricoca.

Porém, num tempo em que o amadorismo era reinante, uma partida entre o conjunto vitoriano e o Sporting de Espinho fez a polémica incendiar-se. Não tanto pelo resultado, ainda que o conjunto vitoriano fosse derrotado por duas bolas a uma, mas ainda assim, segundo o Notícias de Guimarães de 15 de Fevereiro de 1932, com Adélio, Constantino, Benjamim, Pina e António a serem os mais descansos, mas pela indignação do escriba Luis Filipe Coelho, que assinava as suas crónicas como "Um Espectador."

Na verdade, segundo o próprio, houvera sido informado por pessoa amiga que "pessoa amiga informou-me que os jogadores do Vitória se irritaram muito por ter falado em vida desregrada e que estava ameaçado de ser esfaqueado ao dobrar duma esquina, de ser sovado valentemente ao desembocar em qualquer largo e não sei se me aconteceria mais alguma coisa."

Com efeito, num tempo em que as relações de proximidade eram mais estreitas, confessava que nunca tinha pensado que "as minhas crónicas desportivas incomodassem tanto os ilustres jogadores do Vitória, mesmo consentindo-lhes a deturpação dos meus termos e autorizando-lhes o rebuço de pundonor que os tocou só pelas minhas palavras e não pelos actos."

Segundo o mesmo, "falar-se de vida DESREGRADA, demais a mais a desportistas, será deduzir-se que se trata de um insulto? " Por isso, concluía, alertando que "a traição me não apanhe, pois que a cidade ficará a sabê-lo que de frente não a temo. Traiçoeiramente poderei cair numa armadilha, mas desde já declaro que ela tem sido urdida pela traição dos jogadores descontentes do Vitória Sport Clube." A história ficaria pelos rumores... jamais acontecendo o que o cronista tanto temia!


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