COMO, POR CAUSA DE UM JOGO "AMIGÁVEL", ADEPTOS E O CAPITÃO VITORIANO FORAM CENSURADOS PELA PRÓPRIA IMPRENSA VIMARANENSE

Como já escrevemos, o húngaro Genecy fora o escolhido para orientar a equipa no campeonato distrital de 1932/33.

Porém, pelo facto da AF Braga ter decidido adiar o campeonato "sine-die", algo que era interpretado para dar tempo ao principal clube da cidade dos arcebispos para se preparar e adaptar à estrela Alberto Augusto que, entretanto, fora contratado, o Vitória teve de se desdobrar em jogos amigáveis.

Estes foram capazes de demonstrar a qualidade da equipa, que conseguiu permanecer invicta até à realização de uma partida com o Leça, no Benlhevai, e que findou com uma derrota pela margem mínima para os Conquistadores.

Porém, mais do que isso, no Notícias de Guimarães de 05 de Março de 1933, o cronista Bourbon de Almeida, lamentava, acima de tudo, o ocorrido dentro do recinto que passou "transformar um campo de desporto, onde deve travar-se uma luta leal e cavalheiresca, num local de contenda de desordeiros, não pode de forma alguma colocar bem nem os jogadores nem o club a quem o nome da nossa vetusta, gloriosa e sempre hospitaleira cidade de Guimarães, está representada desportivamente perante o país."

Mais do que isso, os jogadores vitorianos eram acusados de não saberem perder, acusando-se o próprio capitão vitoriano, "pessoa que reúne profundos conhecimentos, recaem-lhe por estes incidentes, motivados da indisciplina que lavra por parte dalguns dos seus homens, uma grande parte de culpabilidade, sendo por isso digno de ser censurado."

Num texto arrasador, próprio de outros tempos, apelava "para o público desportivo vimaranense e para todos os componentes que envergam a equipe do Vitória, pedindo-lhes encarecidamente, e enquanto é tempo, que para honra do desporto local, o campo do Benlhevai não seja teatro de tão irreverentes acontecimentos."

Outros tempos, mesmo... ou ainda a interpretação do jogo de um modo diferente do de hoje.

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