Aquela temporada de 1969/70 sofrera, desde logo, um retrocesso com a necessidade do treinador Jorge Vieira, herói do terceiro posto da temporada antecedente, ter de regressar à terra natal por problemas pessoais.
Por isso, foi escolhido para lhe suceder o seu compatriota Gilberto Carvalho, conhecido por Giba, que, apenas, orientaria o Vitória na primeira jornada frente ao Varzim, que culminou num insosso empate a zero.
Seguia-se o Benfica...e a bomba estouraria! O treinador, recentemente contratado, não poderia orientar os Conquistadores na deslocação ao Estádio da Luz para encontrar o Benfica, pelo que urgia encontrar uma solução. Tal seria a aposta em Peres, então capitão vitoriano, como treinador principal, num dia em que tudo correu mal ao Vitória.
Assim, naquele dia 14 de Setembro de 1969, quatro dias após ter-se estreado nas provas europeias, os Conquistadores entraram em campo com Roldão; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Silva; Artur, Peres, Augusto; Zezinho, Mendes e Carlos Manuel, para ao intervalo já estarem a perder por duas bolas a zero. Seria o prelúdio de uma segunda parte, igualmente,. terrível onde o adversário chegaria à mão cheia de golos, levando o Jornal A Bola de 15 de Setembro de 1969, a concluir que o Vitória encontrava-se bastante pior do que em anos anteriores.
Todavia, mais do que isso, ressaltava a preocupação do estado de saúde com o treinador . Peres, depois de justificar a goleada com o facto da equipa ter disputado três jogos em sete dias (dois para o campeonato com a estreia europeia pelo meio) o que para os vitorianos era muito, libertaria as sirenes de todas as preocupações: " O Sr. Gilberto estava proibido do médico de fazer esta deslocação. Teve de ser submetido, a diversas análises. Aguarda-se amanhã o resultado duma análise ao sangue para se saber o que tem o Sr. Gilberto. Todos nós fazemos votos para que as análises sejam negativas e que o nosso técnico melhore para poder voltar a acompanhar-nos."
Infelizmente, os votos de Peres não se confirmariam. O resultado dos exames médicos denunciaria a gravidade do estado de saúde do técnico e Gilberto Carvalho teria de abandonar o cargo para regressar à sua terra natal, onde faleceria três meses depois. O Vitória ia ter de contratar novo treinador...