COMO NO INÍCIO DE UMA TEMPORADA QUE SE QUERIA DE ESPERANÇA, NA PÓVOA SE PERCEBEU QUE O VITÓRIA IRIA TER DE LUTAR CONTRA MAIS DO QUE UM ADVERSÁRIO... COMO O ÁRBITRO ROSA SANTOS FEZ QUESTÃO DE MOSTRAR!

A temporada de 1986/87 era já uma recordação.

Marinho Peres tinha partido e entrado para-o seu lugar René Simões. Além deste, tinha sido vendido o goleador Paulinho Cascavel, sendo que a orfandade do inesquecível goleador haveria de ser sentida durante todo o campeonato.

Mas, contudo, naquele Domingo, 23 de Agosto de 1987, com milhares de vitorianos nas bancadas do estádio do Varzim (não fosse, a Póvoa o pouso favorito de muitos vimaranenses na época do Estio), o Vitória estreava-se no campeonato, com ânsia de repetir a epopeia do ano anterior.

Assim, citemos a primeira equipa utilizada pelo novo treinador que não haveria de aquecer o localizas isso será outra história: Jesus; Costeado, Miguel, Bené, Carvalho; Nascimento, René Weber, Adão; Ademir, N'Kama e Kipulu. Destaque, portanto, para as estreias de Bené, René e Kipulu dos quais se esperam ser mais-valias. Principalmente, os primeiros dois sê-lo-iam, mas nesta temporada não conseguiriam subverter o destino de uma temporada que seria extremamente difícil.

O Vitória, contudo, não entrou com o pé direito nesse jogo de estreia. Aos 14 minutos já perdia e aos 50 haveria de chegar o momento determinante do jogo. Como escreveu o jornal do Vitória de 29 de Setembro de 1987, "Quando o Vitória procurava chegar ao empate, veio o penalty fora da área a castigar pretensa falta de Miguel sobre Vitoriano", que a título de curiosidade, poderemos dizer tratar-se do pai do futuro atleta do Vitória (ainda não nascido à data), Francisco Ramos.

O árbitro Rosa Santos prejudicaria, assim, de modo declarado o clube do Rei, e o jornal do clube referia que "nós já havíamos ficado no campo com a ideia que nem tinha havido falta de Miguel nem a ser o contrário ela tivesse sido cometida dentro da área. Mas fomos dos poucos que vimos isso. A imprensa mostrou-se cega e baptizou o lance de penalty. Só que as imagens da televisão mostram o contrário..." pelo que "não se admite que um juiz internacional seja tão míope ao ponto de ver o que todos não vêem. É pena que assim seja e não haja punição para os árbitros."

Tal desencadeou um profundo sentimento de revolta nos jogadores vitorianos. "Pressionaram o adversário e encurralaram-no dentro da sua baliza... Caio Junior viria a ser o pivot de uma equipa que deu um concerto futebolístico em escassos 17 minutos. N'Kama haveria de reduzir num pontapé em que "toda a gente e Lúcio incluído esperavam que N'Kama estoirasse e afinal o zairense com classe aplica um pontapé que faz a bola entrar na baliza."

Mais carregava o Vitória, que haveria de chegar à igualdade em cima do apito final, graças a um "excelente pontapé dentro da área" de René.

Os Conquistadores garantiam um suado empate, contra tudo e Rosa Santos, sendo nisso claro o jornal consultado: "O Vitória empatava o jogo, um empate que afinal tinha sabor a triunfo e que não deu os dois pontos porque Rosa Santos não quis. O Vitória marcou dois golos, o Varzim um e Rosa Santos outro. É demais para uma equipa jogar contra três ou quatro adversários ao mesmo tempo..." Percebia-se que a temporada teria vários obstáculos para além dos adversários, mas isso será outra história!

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