COMO EM GRONINGEN, O VITÓRIA TEVE UMA RECEPÇÃO INADEQUADA PARAOS PERGAMINHOS QUE IA OSTENTANDO, DANDO A DEFINITIVA SAPATADA DE LUVA BRANCA EM GUIMARÃES...

Ia o Vitória de vento em popa numa caminhada europeia tão exuberante quanto surpreendente. Com efeito, depois de ter deixado a Europa de boca aberta de espanto após as eliminações dos favoritos à vitória final, Sparta de Praga e Atlético de Madrid, seguia-se um adversário tido como mais acessível: os holandeses do Groningen.

Porém, diga-se que estes tentaram desde a chegada da comitiva vitoriana à sua cidade, para disputar a primeira mão dos oitavos de final da Taça UEFA desse ano, desestabilizá-la o mais possível. A confirmar isso, como escreveu o jornal do clube, foi encetada "uma guerra psicológica (...) mandaram às malvas a comitiva do Vitória, não se interessando positivamente se tudo estava bem ou não." Uma frieza absurda a contrastar com o modo quase principesco como os responsáveis vitorianos haviam sido recebidos, por exemplo, em Praga na primeira eliminatória desta inesquecível caminhada.

Tratou-se, pois, de uma atitude de profundo desrespeito pelos vitorianos, chegando-se ao ponto de "a comitiva (...) ficou numa das áreas de acesso ao estádio comendo hot-dogs e experimentando algumas agruras do tempo, sobretudo o frio." É esse o momento que a fotografia ilustra, com os responsáveis do Vitória absolutamente votados à solidão, sendo que "só mais tarde apareceu um manager qualquer a perguntar como é que estava a malta do Vitória." Assim, "em jeito de lição e de castigo. os dirigentes do Vitória não se apresentaram no tradicional jantar, o que também foi visto como sinónimo de protesto pelo desprezo com que foram votados."

A resposta definitiva, essa, seria dada em Guimarães, fosse no resultado (onde a equipa de Marinho Peres deu a volta à derrota que sofrera por uma bola a zero de modo deliciosamente indiscutível), mas também pelo facto dos responsáveis holandeses terem sido "recebidos com todas as honras na cidade-berço, servindo a hospitalidade das gentes minhotas, para, como uma espécie de bofetada de luva branca, provar aos holandeses que a cortesia nas tem limites..."

O Vitória ganhava com classe dentro e fora do campo...

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