ANTÓNIO, O DONO DA CHAPELARIA ONDE SE FALAVA DE FUTEBOL E QUE ENTROU NA ETERNIDADE COMO PRESIDENTE DO VITÓRIA

 Estávamos no primeiro quartel do século XX...No Toural, ou a Praça Afonso Henriques como era chamada pela estátua de El Rei encontrar-se ao centro da mesma, existia um estabelecimento peculiar. Um estabelecimento, que se hoje existisse poderia ser fornecedor das boinas de Álvaro Pacheco, mas que naquela altura era ponto de encontro dos jovens da cidade.Falamos da Chapelaria Macedo, propriedade de António Macedo Guimarães, um estabelecimento de uma só porta e com montra. O seu dono era um dos maiores apaixonados pelo desporto-rei na Cidade Berço. Por essa razão, os curiosos de um desporto que ainda não despontara na cidade, juntavam-se à conversa com um homem que, na sua juventude, fora treinador e árbitro.Por isso, bebiam as palavras daquele homem de voz séria e bigodes farfalhudas com embevecimento e delícia. Era o difusor daquele jogo inglês, ensinando todas as regras a quem já sentia fascinado por aquele jogo.Nestes reuniões, ou tertúlias, a curiosidade pelo jogo foi passando para o desejo da formação de um clube, algo que foi fortalecido pelo contributo de alguns jovens militares do Regimento de Infantaria 20, fazendo com que se olhasse para a necessidade da criação de um clube.Desse modo, essa "rapaziada" decidiu criar uma direcção provisória destinada a encorpar o clube...sem a presença de Macedo Guimarães que, provavelmente, terá querido ficar de fora desta "ousadia juvenil" e que, por isso, colocou Mariano Fernandes da Rocha Felgueiras como presidente.Porém, no final de 1923, o Vitória institucionalizar-se-ia, reconhecendo o homem que fizera crescer o "bichinho" do desporto-rei na cidade. Assim, a 09 de Dezembro de 1923 realizou-se uma Assembleia-Geral na Associação Artística, à Rua Gil Vicente, que elegeu os corpos sociais para 1924... com António Macedo Guimarães, o dono da chapelaria, a assumir a liderança do clube, Alberto Sousa Pinto o lugar de presidente da Assembleia-Geral e Alfredo Álvaro Ferreira de Brito o de Presidente do Conselho Fiscal.Da chapelaria até a um lugar eterno na história, foi esse o percurso de António Macedo Guimarães.

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