COMO TODAS AS SIRENES DE ALARME TOCARAM NO FINAL DAQUELA ÉPOCA, ANTECEDENTE DA QUE SERIA DE GLÓRIA, NUM TÃO VITORIANO QUE QUANDO SE TEME O PIOR (ATÉ) ACONTECE O MELHOR...

Aquela temporada de 1933 findara como era tradição naqueles anos com o eterno rival vitoriano a ser o campeão distrital, nem que para isso fosse necessário utilizar vários artifícios, como adiar o campeonato.

Na verdade, só na época seguinte o Vitória seria capaz de triunfar no campeonato distrital, o zénite competitivo para as equipas minhotas por aquelas alturas, o que seria sinónimo do início de um período de hegemonia que se prolongaria até ao final daquela competição.

Porém, como era tradição naqueles anos, após o final do referido campeonato distrital, seguiam-se diversos jogos particulares, sendo que um deles, frente ao Penafiel, gerou inquietação à imprensa vitoriana e a todos aqueles que a ele assistiram.

Como referiu o jornal Notícias de Guimarães de 09 de Abril de 1933, a derrota contra o Penafiel por três bolas a duas foi uma desilusão para o "reduzido público que no domingo próximo passado guarneceu com bastantes falhas em claro o campo do Benlhevai...".

Uma desilusão consubstanciada pelo facto de tratar-se de "um grupo modesto e relativamente inferior ao grupo vimaranense", mas que beneficiou do facto do dia não da linha avançada vitoriana que "falhou em todos os momentos (excepto duas vezes), quando era necessário finalizar com êxito o remate." Tal era explicado com uma curiosa justificação, pois, denotou-se "a falta de treinos para alguns componentes que armados em sabichões não comparecem aos treinos, só se lembrando do futebol aos domingos."

Acresce ainda que outra preocupação povoava o subconsciente dos adeptos e da imprensa vitoriana, sendo este apresentado sob a forma de lamento. Na verdade, "é pena que os rapazes do Vitória não estejam na disposição de quererem continuar a honrar o seu proficientíssimo entraineur, a quem alguns dos mais categorizados clubs do país, lhes devem o ser..."

Assim, com o público a deixar diversos lugares vazios, jogadores desmotivados a falharem aos treinos e a aparentarem querer "fazer a cama" ao treinador temia-se o pior, pelo que "pedimos licença aos ilustres dirigentes do club local, perguntando-lhes para onde caminha o valor do nosso grupo representativo?"

Tudo haveria de mudar... e daí a um ano estaria o Vitória a festejar o seu primeiro grande momento de glória. Mas isso, já será outra história...

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