COMO O VITÓRIA É, INDISCUTIVELMENTE, UMA ESCOLA ÚNICA DO DIRIGISMO PORTUGUÊS

Será um caso único no futebol português.

Os dirigentes vitorianos gerarem a cobiça de outros emblemas, chegando mesmo a desempenhar funções nestes.

Uma verdadeira escola de dirigismo, que lhes permite aplicar o aprendido nos gabinetes do D. Afonso Henriques em outras paragens... ainda que outros tenham ficado exclusivamente pelo namoro.

Comecemos por Pimenta Machado. Apesar de nunca ter abandonado o Vitória, por mais de uma vez, o seu nome apareceu nos potenciais candidatos ao Benfica. Algo que o próprio Pimenta definiu como "maquinações da imprensa", e fruto de uma simpatia da adolescência pelo clube lisboeta. Assim, ao contrário dos que infra referiremos jamais exerceu funções em outros clubes.

Citemos, agora, o singular caso de Vítor Magalhães, o sucessor de Pimenta. O homem da fórmula mágica da ascensão do Moreirense e que, na queda do Pimentismo, foi visto como o homem providencial para o futuro do clube. Por isso, depois de vários avanços e recuos, abandonaria os Cónegos para se tornar presidente do Vitória. Só faria um mandato...para regressar ao Moreirense, onde hoje, ainda, se encontra.

Seguiu-se Emílio Macedo da Silva, que, ainda que tenha exercido funções nos Sandinenses antes de chegar ao Vitória, depois de sair dos Conquistadores não mais interviria de modo directo no futebol.

Após Emílio, chegou Júlio Mendes que, depois de no início do mandato ter Luís Cirilo como braço direito, daria relevância ao vice-presidente Armando Marques. Quando em 2019, a sua direcção abandonou o Vitória, Júlio Mendes quase de seguida investiria na União de Leiria, levando a que Armando exercesse funções de director-geral até muito recentemente, mesmo depois do antigo presidente vitoriano ter vendido a sua participação na SAD do clube do Lis. O homem natural das Taipas traria a União de volta até aos escalões profissionais, ficando célebres as suas palavras aquando do encontro entre Conquistadores e leirienses para a Taça de Portugal: "São dois emblemas históricos do futebol português que se vão encontrar. Espero que seja um bom espetáculo de futebol, que promova ainda mais o futebol. Que vença aquele que provar ser o melhor dentro de campo”.

Após a saída do Vitória de Júlio Mendes, seguiu-se Miguel Pinto Lisboa na liderança do clube no período entre 2019 e 2022. Tendo perdido as eleições para o actual presidente, sabe-se agora que, também, ele irá dar seguimento ao que foi aprendendo no Vitória. Segundo notícia, hoje, veiculada, Pinto Lisboa será o novo diretor-geral da SAD do Tondela, depois do orgão societário do emblema beirão ter sido adquirido em 80% pelo grupo Élite.

O dirigismo no Vitória é uma escola de virtudes...

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