É verdade e, assim até soube melhor, que o Benfica era o favorito para triunfar naquela final da Taça de 2013.
Mais não fosse por ter vencido os dois jogos do campeonato frente ao Vitória, ter um orçamento incomparavelmente superior e até poder rodar o plantel de outro modo que Rui Vitória não podia.
Mas, como tantas vezes tem acontecido, a imprensa portuguesa e os seus opinadores gostam de andar com a carroça à frente dos bois. De entregar títulos por decreto, levando a que a entradas de leão sucedam-se saídas de sendeiro.
Foi o que aconteceu naquela inesquecível Taça de Portugal, vencida com os golos de Soudani e de Ricardo. Desde a um "pobre Guimarães", além do insulto o cuidado maldoso de não usar o nome do clube, ao "Benfica já tem uma mão na Liga e outra na Taça", até ao "se o Benfica jogar o normal, ganha fácil" só faltava dizerem para levarmos um bloco de notas para não nos perdemos na contagem dos golos encarnados.
Pior do que isso, o pedido aos jornalistas de serviço a faltarem 20 minutos para o fim da partida para indicarem o homem do jogo. Ao que consta, o narrador da Rádio Fundação, Carlos Ribeiro, e ele perdoar-nos-á a inconfidência, indignado terá respondido: "- O quê? O homem do jogo ainda está para aparecer!" Felizmente tinha razão, ao contrário de toda a imprensa nacional ávida por ajudar os encarnados a salvarem a época, após as duas débacles ao minuto 92, frente a FC Porto e Chelsea.