Na estreia por um novo clube, num novo país, num novo Continente, marcar o golo do triunfo. O que mais poderá desejar um jogador?
Tal questão poderá ser respondida por João Baptista, médio ofensivo brasileiro que o Vitória contratou ao Inter de Limeira, e que se estreou pelo clube do Rei à oitava jornada da temporada de 1988/89, frente ao Chaves.
Nesse dia, os homens orientados por Geninho, provavelmente, até estariam com a cabeça no desafio da segunda mão da Supertaça Cândido de Oliveira, a disputar daí a dez dias perante o FC Porto, depois do triunfo por duas bolas a zero na primeira mão em casa.
Porém, no campeonato, a verdade é que os Conquistadores andavam titubeantes. Com o primeiro triunfo da época a surgir apenas à sexta jornada, graças a um golo solitário de Chiquinho frente ao Beira Mar, urgia arrepiar caminho naquele desafio perante os flavienses, que naquele dia 09 de Outubro de 1988, também poderiam servir de lenitivo para a eliminação europeia sofrida quatro dias antes às mãos dos, então, holandeses do Roda.
Para tentar inverter essa espiral negativa, no onze surgia uma nova contratação. Um brasileiro alto, com boas referências e de quem muito se esperava. Entraria em campo num onze constituído por Neno; Nando, Nené, Germano, Basílio; N'Dinga, Carvalho, René, João Baptista; Silvinho e Chiquinho e que durante quase toda a primeira parte pareceu com dificuldades para bater o adversário. Tal seria confirmado pelo golo inaugural do Chaves, ainda que Chiquinho, antes do intervalo, tornasse iguais os números no marcador.
Assim se chegou à segunda metade da contenda, onde o jogo conheceria o seu momento alto. Num momento de inspiração individual, João Baptista haveria de marcar um golo de levantar o estádio selando o triunfo dos Conquistadores, comprovando que os indicadores que trazia do lado de lá do Atlântico começavam a ser confirmados.
Nesse dia, o Notícias de Guimarães, deleitado com a prestação do novo recruta, escreveria que "quando um jogador chega a uma nova equipa, faz uma grande exibição na estreia, marcando um golo de grande categoria deve-se sentir feliz. Agradou aos adeptos e tomou conta da equipa, transformando-se no seu verdadeiro patrão. Não deve enganar e estamos certos de estarmos perante um grande jogador, mais um fora de série brasileiro que veio para o Vitória."
Era o primeiro dos dezanove golos que apontou do Rei ao peito nos 119 jogos que disputou durante quatro épocas... mas, melhor estreia era impossível! Absolutamente inesquecível...